Há dois anos atrás, o PSD propôs que a
Câmara Municipal de Matosinhos, a exemplo de outras autarquias como a de Lisboa,
instituísse a figura do Orçamento Participativo, isto é, que a Câmara definisse
determinado valor para investimentos a sugerir pelos Matosinhenses, criando um
processo de elaboração e selecção dessas mesmas sugestões. O Dr. Guilherme
Pinto fez ouvidos de mercador, atirando para o caixote do lixo a proposta do
PSD. Dois anos volvidos o Dr. Guilherme Pinto vem, com toda a pompa e
circunstância anunciar que irá instituir a figura do Orçamento Participativo, mas
sem limites ao montante desses investimentos e sem regulamentação da
participação dos Munícipes.
O Dr. Guilherme Pinto justifica tal
decisão com a necessidade de dar transparência à gestão municipal, depois de o
PSD ter andado 3 anos a exigir, justamente, mais transparência na Câmara de
Matosinhos.
Mas o que é que sucedeu entretanto
para justificar estas mudanças do Presidente da Câmara de Matosinhos? Só agora
em final do mandato é que se lembra que os Matosinhenses existem? A resposta é
muito simples e óbvia: aconteceu que o Dr. Guilherme Pinto viu chumbada a sua
acção como Presidente da Câmara pelos próprios militantes do PS de Matosinhos
que o derrotaram, sem apelo nem agravo, duas vezes em 15 dias.
E perante este chumbo dos seus próprios
camaradas de Matosinhos, e perante o desafio do novo Presidente da estrutura
socialista de Matosinhos, o Dr. Guilherme Pinto parte para uma luta pela
sobrevivência política pessoal.
Nada teríamos a ver com isso, não fora
o facto de Guilherme Pinto anunciar que vai usar os meios financeiros da Câmara
para travar essa luta e se apresentar, desde já a fazê-lo com recurso à mentira
e ao embuste.
Na verdade, o Dr. Guilherme Pinto
anuncia que vai enviar 60 mil cartas aos Matosinhenses para lhes pedir sugestões
para o Orçamento e que não estabelece à partida qualquer limite financeiro para
essas sugestões.
Que curioso, o Dr. Guilherme Pinto que
anuncia esta disponibilidade financeira para acolher as sugestões dos Munícipes
é o mesmo que há poucos dias atrás, anunciava que se via obrigado a cortar os
subsídios aos Bombeiros, às Associações de Solidariedade Social e Coletividades
de Matosinhos e que se lamentava de que com a Lei dos Compromissos “ nem um
rolo de papel higiénico poderia comprar”.
Então agora já não há constrangimentos
provocados pela Lei dos Compromissos? Então agora a Câmara já pode investir e
gastar a um ano das eleições?
Como pode alguém que deixa arrastar
por 3 anos a obra da marginal até Angeiras com sérios prejuízos para os
moradores de Lavra e Perafita, que não consegue coordenar as obras no concelho,
que vota ao completo abandono os semáforos, que desleixa o tratamento e limpeza
das poucas zonas verdes do concelho, afirmar que vai realizar num ano obras e
investimentos que vão agora ser sugeridos pelos Munícipes?
E se o Dr. Guilherme Pinto quer de
facto dar à sua gestão a transparência que tem faltado, então comece por explicar
os contratos que celebra, em que milhões de euros que deveriam entrar nos
cofres da Câmara vão afinal para os bolsos de arquitectos, ou são entregues a
entidades que não poderiam receber apoios da Câmara.
Transparência nas contas da Câmara é
fazer a auditoria externa que foi prometida na campanha eleitoral há 3 anos, é
dizer a verdade aos Matosinhenses sobre as dívidas do Município, é explicar os
ajustes directos, é dar conhecimento da política de contratações de trabalho
temporário.
O Dr. Guilherme Pinto quer dar
transparência à sua gestão? Então explique os vários chumbos do Tribunal de
Contas a contratos e adjudicações que tentou fazer, isso sim seria transparência.
Mas não é esse o caminho de Guilherme
Pinto, nem é esse o objectivo. O que Guilherme Pinto está a fazer é campanha
eleitoral, dentro do próprio PS de Matosinhos para tentar conseguir o apoio dos
militantes socialistas para voltar a ser o candidato do PS à Câmara Municipal,
apoio que lhe foi negado por duas vezes em apenas 15 dias.
Hoje como ontem, e uma vez mais, o PS
de Matosinhos divide-se, as comadres zangam-se e quem paga são os
Matosinhenses.
Matosinhos Precisa de Mudar
Matosinhos, 4 de Julho de 2012-07-04
A Comissão Política Concelhia do PSD
de Matosinhos